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SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDO FÓLICO NA GESTAÇÃO: QUANDO E QUANTO?



Casos de defeitos do tubo neural ocorrem em 0,5 a 2 nascimentos por 1000 gestações, com diversos problemas para a criança afetada. Atualmente está bem estabelecido que a deficiência de ácido fólico é um fator predisponente para esse tipo de malformação. Sua administração em altas doses (4 mg/dia) para mulheres com risco de recorrência de malformação é um fator essencial para a prevenção da ocorrência de defeitos do tubo neural. A dose usual, no entanto, é mais baixa, mas não menos eficaz na prevenção de uma possível primeira ocorrência (0,4 mg) e é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


O ácido fólico é uma vitamina do complexo B cuja biodisponibilidade na dieta pode não ser suficiente para suprir as necessidades na gravidez, assim, estas quantidades adequadas podem ser alcançadas por meio da suplementação. A deficiência de ácido fólico está associada a anormalidades na formação do feto, especialmente defeitos do tubo neural, além de baixo peso ao nascer, parto prematuro, aborto espontâneo e malformação congênita.


Este assunto é tão importante que podemos reparar que nas farinhas de trigo convencionais encontradas no mercado, sempre há uma mensagem ressaltando que o produto é reforçado com ácido fólico.


A suplementação desta vitamina é fundamental para a formação do bebê, assim, a administração deste micronutriente deve ser iniciada pelo menos dois meses antes da concepção e mantida até o final da gravidez. A utilização de anticoncepcionais orais, o consumo excessivo de álcool e tabaco podem aumentar o risco de deficiência de ácido fólico, bem como alguns tratamentos médicos com anticonvulsivantes.


Esta vitamina é essencial para o desenvolvimento embriológico. Seus efeitos protetores também estão envolvidos na prevenção da doença de Alzheimer, doenças cardiovasculares e até mesmo em alguns tipos de câncer.


A suplementação de ácido fólico antes da concepção é recomendada em diversas partes do mundo. Contudo, há 10 anos, essas medidas não permitiam uma redução universal na taxa de defeitos do tubo neural, provavelmente porque essas medidas não consistiram em fortificar os alimentos atuais em todos os lugares, como foi feito no Brasil. Em pesquisas realizadas na Europa anteriormente, apenas 17% dos pacientes estavam cientes do papel do ácido fólico na prevenção de defeitos relacionados à formação do tubo neural.


Assim, está bem estabelecido que essas lesões são multifatoriais. No entanto, a deficiência de ácido fólico, por se tratar de uma condição tratável, continua a ser uma preocupação de saúde pública e, portanto, recomenda-se a suplementação. Outrossim, a administração de 0,4 mg/dia de ácido fólico iniciada 4 a 12 semanas antes da gravidez é eficaz na prevenção primária, e 4 a 5 mg/dia durante 4 a 12 semanas antes da concepção em casos de história familiar pode ser interessante. Outrossim, é necessário ter atenção ao consumo de álcool e tabaco, bem como com a utilização de anticoncepcionais.

Desta forma, é fundamental o acompanhamento nutricional e médico antes da concepção, a fim de fornecer condições ideais de desenvolvimento e nutrição ao bebê; durante, para manutenção destas condições e, após o nascimento, para o crescimento saudável do mesmo.



Referências


LINHARES, Angélica Ozório; CESAR, Juraci Almeida. Suplementação com ácido fólico entre gestantes no extremo Sul do Brasil: prevalência e fatores associados. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 535-542, 2017.

VALENTIN, Morgane et al. Acid folic and pregnancy: A mandatory supplementation. In: Annales d'endocrinologie. Elsevier Masson, 2018. p. 91-94.

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