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Sono X Lesões Musculares

O sono é um componente essencial da saúde e do bem estar, impactando no desempenho físico, cognitivo, no estado emocional e na qualidade de vida. A quantidade de horas de sono recomendadas variam ao longo da vida. Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, indivíduos adultos exigem entre 7 a 9 horas de sono para alcançar um desempenho ideal ao longo do dia, podendo variar de acordo com as particularidades dos indivíduos e de um dia para o outro, conforme alguns fatores como doenças, déficit de sono e estresse, tanto fisiológico quanto psicológico.



Entretanto, indivíduos atletas podem exigir mais horas de sono quando comparados com sujeitos não ativos, para promover a recuperação e adaptação adequadas entre as sessões de treino. Apesar das recomendações, na prática a maioria dos atletas tendem a dormir menos que os demais indivíduos, apresentando sinais como má qualidade do sono, insônia, apnéia do sono, sonolência diurna e outros distúrbios associados, interferindo na recuperação e podendo levar a lesões musculares.


Principais fenômenos que interferem no sono de atletas

No cotidiano dos atletas, há uma série de obstáculos para um sono adequado, dentre eles podemos citar:

  • Volume de treino - aumentos na carga de treinamento agudo podem estar associados a diminuição da duração e da qualidade do sono.

  • Cronograma de treinamento - A duração do sono pode ser afetada de acordo com o cronograma de treino. Em dias com treinamento pela manhã e competições diurnas, alguns atletas podem apresentar diminuição nas horas de sono e aumento da fadiga pré-treinamento.

  • Competições - Alguns fatores associados aos períodos de competição podem prejudicar o sono dos atletas, como o aumento das cargas fisiológicas, as viagens de longas distâncias que alteram os horários de sono e o ritmo circadiano, além de distúrbios de humor, estresse e ansiedade.

  • Pressão acadêmica - Comum em atletas jovens e universitários, o tempo de sono pode ser sacrificado ao tentar conciliar os cronogramas de treino e competição com os compromissos acadêmicos, aumentando o estresse e a ansiedade.

Sono, desempenho e lesões.

Na literatura, diversos estudos demonstram que o sucesso nas competições pode relacionar-se com a qualidade e duração do sono. A má qualidade de sono pode interferir no desempenho atlético pelo aumento na percepção de esforço, por prejuízos na recuperação entre as sessões, pela diminuição dos estoques de glicogênio muscular pré-exercícios e pela queda do tempo até a exaustão.

A privação do sono pode interferir no desenvolvimento tático do treinamento dos atletas, visto que a capacidade de aprender e a memória podem ser prejudicadas. Outro achado relaciona-se com a deficiência no tempo de reação e precisão, tendo efeito também no desempenho em diversas tarefas esportivas.


No âmbito de lesões musculares, o sono pode desempenhar um papel importante, como fator de risco para o desenvolvimento das mesmas. Na maioria dos casos, o maior risco de lesões está associado ao aumento da carga de treinamento acompanhada da diminuição da duração do sono. Outros fatores associados à privação do sono e predisposição a lesões agudas, envolvem recuperações insuficientes entre os treinos, prejuízos no tempo de reação e na função cognitiva, elevação dos níveis de fadiga, ansiedade e auto-pressão.


Desse modo, o sono dos atletas pode implicar positivamente no desempenho atlético, acadêmico, na saúde e na qualidade de vida. É de suma importância desenvolver junto com o indivíduo táticas para melhorar a qualidade e a duração do sono, considerando suas particularidades.


Para um estudo mais aprofundado sobre o tema, segue algumas sugestões de leitura:

https://www.revdesportiva.pt/files/para_publicar/Sleep_and_Athletic_Performance.11.pdf

https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs40279-020-01416-3

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