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Queda de cabelo pós-covid: nutrientes que podem te ajudar!

Atualizado: 5 de out. de 2021



A alopecia androgenética (AGA), muitas vezes referida como um padrão masculino de queda de cabelo, é a forma mais comum de queda de cabelo entre os homens. O desenvolvimento da alopecia androgenética é mediada por andrógenos e dependente de variantes genéticas encontradas no gene do receptor de andrógeno localizado no cromossomo X. Existe uma hipótese de que os homens com AGA são mais propensos a serem hospitalizados por complicações em decorrência da COVID-19 em comparação com os grupos controles.


Em determinados estudos, grande parte dos homens adultos analisados e hospitalizados pela COVID-19 apresentou alopecia androgenética. Existem possíveis ligações entre a ocorrência de COVID-19 e a queda de cabelo, como genes expressos principalmente na próstata adulta, cuja regulação se dá pelos hormônios androgênicos e, ao mesmo tempo, são receptoras para o vírus SARS-CoV-2. Outro possível mecanismo é o sistema imunológico controlado pela modulação androgênica, uma vez que os andrógenos são imunossupressores. Outrossim, outros fatores genéticos podem estar associados, além de que a maioria das internações por COVID-19 se dá em homens.


Sendo assim, existem alternativas alimentares que envolvem vitaminas e micronutrientes que podem ajudar no tratamento da queda de cabelo pós-COVID-19. Os principais micronutrientes serão descritos a seguir:


Vitaminas do complexo B: B1, B2, B3, B5, B6. B7, B9 e B12. As porções diárias recomendadas dessas vitaminas podem ser alcançadas comendo uma dieta balanceada, com exceção da vitamina B7, que é a única vitamina B produzida pelo corpo. Em indivíduos saudáveis, a vitamina B7 não precisa ser suplementada. Apenas as vitaminas B2, B7, B9 e B12 foram associadas com queda de cabelo.

Vitamina C: A vitamina C, ou ácido ascórbico, é uma vitamina solúvel em água derivada do metabolismo da glicose. É um antioxidante potente prevenindo a oxidação de lipoproteínas de baixa densidade e danos dos radicais livres. Também atua como um mediador redutor necessário para a síntese de fibras de colágeno por meio da hidroxilação de lisina e prolina. Essa vitamina desempenha um papel essencial na absorção intestinal de ferro devido ao seu efeito quelante e redutor, auxiliando na mobilização do ferro e absorção intestinal. Portanto, a ingestão de vitamina C é importante em pacientes com queda de cabelo associada à deficiência de ferro.

Vitamina D: A vitamina D é uma vitamina solúvel em gordura sintetizada em queratinócitos epidérmicos. Ela é obtida a partir da dieta ou ativação na pele por exposição ao sol. Há fortes evidências que a vitamina D exerce um efeito anti-inflamatório e efeito imunoregulador, além de seu papel importante na manutenção de níveis adequados de cálcio e fósforo no sangue. Essa vitamina modula o crescimento e a diferenciação dos queratinócitos através da ligação ao receptor nuclear de vitamina D (VDR). O papel da vitamina D no folículo capilar é evidenciado pela queda de cabelo em pacientes com raquitismo dependente de vitamina D tipo II. Esses pacientes têm mutações no gene VDR, resultando em resistência à vitamina D, frequentemente envolvendo o couro cabeludo e alopecia corporal.


Vitamina E: As células imunológicas são extremamente sensíveis ao dano oxidativo. Eles também produzem espécies reativas de oxigênio como parte do mecanismo de defesa imune, que pode induzir uma reação de peroxidação lipídica. A suplementação de antioxidantes, como a vitamina E, reverte fundamentalmente vários fatores associados à idade e deficiências imunológicas.


Ferro: A deficiência nutricional mais comum no mundo é a deficiência de ferro. A ferritina sérica (proteína ligadora de ferro) diminui quando há deficiência de ferro, sendo assim, é considerada um bom indicador dos estoques totais de ferro no corpo e é confiável como um indicador em estudos de queda de cabelo. No entanto, os níveis de ferritina sérica podem ser elevados em pacientes com doenças inflamatórias, infecciosas e condições neoplásicas.


A deficiência de ferro é comum em mulheres com queda de cabelo. No entanto, a associação de queda de cabelo e baixo nível de ferritina sérica tem sido debatida por muitos anos. Existe uma discussão sobre se os baixos níveis de ferritina sérica devem ser designados como uma deficiência nutricional desencadeadora de queda de cabelo.

Selênio: O selênio é um oligoelemento essencial necessário para a síntese de mais de 35 proteínas.


Zinco: O zinco é um oligoelemento essencial, o que significa

que o corpo não pode gerá-lo por conta própria, ou seja, deve ser fornecido por meio da dieta. As principais fontes dietéticas de zinco são peixes e carne.


A deficiência de zinco pode ocorrer em pacientes que consomem grandes quantidades de grãos de cereais (que contém um fitato considerado agente quelante de zinco), naqueles com baixo consumo de carne ou proteínas e em bebês que consomem fórmula láctea. Outras causas da deficiência de zinco incluem anorexia nervosa (secundária à ingestão inadequada, aumento da excreção de zinco e má absorção devido ao uso de laxantes), doença inflamatória intestinal, cirurgia de bypass e fibrose cística. Alcoolismo, queimaduras, infecções e gravidez podem causar aumento do metabolismo e excreção de zinco.


Referências

GOREN, Andy et al. A preliminary observation: male pattern hair loss among hospitalized COVID-19 patients in Spain—a potential clue to the role of androgens in COVID-19 severity. J Cosmet Dermatol, v. 19, n. 7, p. 1545-1547, 2020.


ALMOHANNA, Hind M. et al. The role of vitamins and minerals in hair loss: a review. Dermatology and therapy, v. 9, n. 1, p. 51-70, 2019.


WOLLINA, Uwe et al. Cutaneous signs in COVID‐19 patients: a review. Dermatologic therapy, v. 33, n. 5, p. e13549, 2020.

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