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Como o envelhecimento afeta nosso sistema imunológico

A proporção de pessoas idosas, ou seja, a longevidade vêm aumentando constantemente. Tais mudanças demográficas afetam desde a economia, até a saúde e o bem-estar dos indivíduos. Quando falamos do sistema imunológico, percebemos modificações em seus componentes com o decorrer da idade, afetando a imunidade inata e adaptativa. Essas alterações podem desencadear uma diminuição na capacidade de combater infecções e na resposta à vacinação, além de aumento da incidência de neoplasias, doenças crônicas, doenças autoimunes e inflamações de baixo grau.



Imunosenescência

O processo de envelhecimento celular é conhecido como senescência, que ocorre pela interrupção da proliferação celular. Assim como ocorrem mudanças no sistema endócrino, nervoso, digestivo, cardiovascular e musculoesquelético com o avançar da idade, os componentes do sistema imunológico também são alterados, denominando tal processo como imunosenescência.

Essas modificações alteram a constituição e funções dos leucócitos, células do sistema imunológico, e são acompanhadas por um estado pró-inflamatório persistente, tendo efeitos fundamentais no estado de saúde do sujeito. De maneira geral, mesmo o sistema imune envelhecendo como um todo, algumas células, vias e processos mudam mais do que outros ao longo da vida.

Para entender melhor essas modificações, vamos dividir em sistema imune inato e adaptativo:


Principais mudanças no sistema imunológico inato durante o envelhecimento


Neutrófilos: durante o envelhecimento, a contagem de neutrófilos permanece inalterada, entretanto, a resposta quimiotática e a função migratória dos mesmos tornam-se prejudicada. Esse achado é a principal razão do aumento de infecções em adultos e idosos.


Macrófagos/monócitos: responsáveis por eliminar diretamente os patógenos via fagocitose, os macrófagos são classificados em MI (pró-inflamatório) e M2 (imunoregulador). Os achados na literatura sugerem que, com o envelhecimento, há um crescente desequilíbrio entre M1/M2, pela mudança observada no fenótipo M1. O mesmo é observado nos monócitos, com aumento de fenótipos pró-inflamatórios.


Nas 3 células citadas até o momento, tem-se com o envelhecimento a diminuição do reconhecimento de patógenos, defeitos na ativação e diminuição da fagocitose e da quimiotaxia.


Principais mudanças no sistema imunológico adaptativo durante o envelhecimento

O número total de células T não sofre muita variação ao longo da vida, entretanto, há mudanças consideráveis nas porcentagens das subpopulações: com relação aos dois principais subtipos, o número de CD8+ aumenta, enquanto o número de CD4+ diminui. Esse achado faz parte do perfil de risco imunológico, indicando uma condição de imunossupressão em determinadas doenças.

Além do mais, após os 65 anos, foi observado um acúmulo de células T CD28. Esse fenômeno desencadeia, em células CD8+, a proliferação induzida por antígeno defeituoso, agravando o processo pró-inflamatório por serem fortes produtoras de citocinas.


Para um estudo mais aprofundado sobre o tema, seguem algumas sugestões de leitura:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6548177/

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30114401/

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