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A relação entre alimentação, SOP e infertilidade

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio metabólico diagnosticado na presença de, pelo menos, dois desses sinais/sintomas: hiperandrogenismo laboratorial ou clínico (altos níveis de testosterona); distúrbios no ciclo menstrual; e presença de cistos no ovário, identificados a partir de ultrassonografia.



O hiperandrogenismo favorece o aumento de gordura abdominal, causando resistência à insulina e hiperinsulinemia, que acabam estimulando a secreção de mais hormônios androgênicos. É como se fosse um ciclo capaz de manter todas essas alterações a longo prazo.

A infertilidade é comum em mulheres com SOP em razão da ausência de ovulação, além de outros distúrbios no ciclo menstrual. O tratamento com mudança no estilo de vida tem a capacidade de recuperar a fertilidade da mulher.


O tratamento dietético é feito com base em uma dieta hipocalórica, respeitando as preferências alimentares da mulher e sem a utilização de restrições calóricas severas. Uma dieta rica em fibras, baseada em alimentos mais naturais – como frutas, leguminosas, verduras, oleaginosas e proteínas animais – é capaz de promover a perda de peso e ainda ajudar na saciedade. Dessa forma, a mulher não sentirá fome, apesar de estar em uma dieta de baixa caloria.

O consumo de açúcar, farinhas refinadas e gorduras trans deve ser evitado, pois afeta negativamente o metabolismo da glicose, altera negativamente o perfil lipídico e contribui para a manutenção das alterações hormonais presentes na SOP.


Mulheres com sobrepeso ou obesidade podem recuperar a fertilidade, obter redução dos níveis de testosterona, melhoria do padrão do ciclo menstrual e remissão ou redução da gravidade da resistência à insulina e da dislipidemia, com a perda de 5% a 10% do peso corporal.

A utilização de fitoterápicos anti-inflamatórios ou de suplementos alimentares pode ser benéfica em alguns casos. Entretanto, nenhuma medicação ou suplementação substitui a necessidade de adotar estilo de vida saudável, com padrão regular do sono, prática de atividades físicas e alimentação balanceada.


Caso queira entender um pouco mais sobre o assunto, sugiro que leia esses estudos:

CARVALHO, B. R. Particularidades no manejo da infertilidade. In: Síndrome dos ovários policísticos. Sao Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. Cap. 8. p. 88-103. (Série Orientações e Recomendações Febrasgo, nº 4, Comissão Nacional de Ginecologia Endócrina).


ROSA-E-SILVA, A. C. Conceito, epidemiologia e fisiopatologia aplicada à prática clínica. In: Síndrome dos ovários policísticos. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. Cap. 1. p. 1-15. (Série Orientações e Recomendações Febrasgo, nº 4, Comissão Nacional de Ginecologia Endócrina).


TEEDE, H. J.; et. al. Recommendations from the international evidence-based guideline for the assessment and management of polycystic ovary syndrome. Fertil Steril. 2018 Aug;110(3):364-379. doi: 10.1016/j.fertnstert.2018.05.004. Epub 2018 Jul 19.



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